Os Estados Unidos impuseram nesta quarta-feira (30/7) novas sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes se utilizando para isso da Lei Global Magnitsky — uma das mais severas disponíveis para Washington punir estrangeiros que considera autores de graves violações de direitos humanos e práticas de corrupção.
A decisão foi publicada no site do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros.
Em nota, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prestou "solidariedade" a Moraes e disse que tentativas de interferência externa no Judiciário brasileiro é algo inaceitável.
Segundo o texto, Moraes é "alvo de sanções motivadas pela ação de políticos brasileiros que traem nossa pátria e nosso povo em defesa dos próprios interesses".
O STF também manifestou em nota "solidariedade" a Moraes e afirmou que todas suas decisões na ação que tem o ex-presidente Jair Bolsonaro como réu foram confirmadas por outros ministros da Corte.
O processo judicial contra Bolsonaro tem motivado declarações de membros do governo americano e retaliações, como tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Ao anunciar as tarifas em 9 de julho, o presidente Donald Trump falou que uma "caça às bruxas" a Bolsonaro na Justiça brasileira.
Nesta quarta-feira, o presidente americano assinou o decreto que institui as novas taxas, mas que também prevê uma longa lista de isenções.
"O julgamento de crimes que implicam atentado grave à democracia brasileira é de exclusiva competência da Justiça do país, no exercício independente do seu papel constitucional", afirmou o STF em nota nesta quarta.
"No âmbito da investigação, foram encontrados indícios graves da prática dos referidos crimes, inclusive de um plano que previa o assassinato de autoridades públicas."
Esta é a primeira vez que uma autoridade brasileira é submetida a tal punição. Na lista, estão autoridades de países como China, Rússia, Bulgária, Camboja, Cuba, Libéria, Paraguai, dentre outros.
Segundo interlocutores de Lula com quem a BBC News Brasil conversou em caráter reservado, a medida reforçou a visão no governo brasileiro de que as ações de Washington buscam interferir no ambiente político do Brasil. Um desses interlocutores classificou a sanção contra Moraes como "uma violência inaceitável".
O secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, comentou a decisão desta quarta-feira em sua conta no X (antigo Twitter).
"Hoje, o @USTreasury está sancionando o Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que usou seu cargo para autorizar prisões preventivas arbitrárias e suprimir a liberdade de expressão", escreveu Bessent.
"Alexandre de Moraes é responsável por uma campanha opressiva de censura, detenções arbitrárias que violam os direitos humanos e processos politizados — inclusive contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. O Tesouro continuará a responsabilizar aqueles que ameaçam os interesses dos EUA e aqueles que impõem limites às nossas liberdades", completou o secretário.
A possibilidade de aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes havia sido citada pelo secretário de Estado americano, Marco Rubio, em maio, em resposta ao deputado republicano Cory Mills, da Flórida.
Mills tem articulado com o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro e que está morando nos EUA.
A Lei Magnitsky só foi usada antes para punir juízes em governos considerados autoritários, onde o Judiciário não tem independência, e em casos em que magistrados foram cúmplices de violações dos direitos humanos.
A afirmação é de Adam Keith, diretor sênior de responsabilização de uma organização sediada nos Estados Unidos de proteção de direitos humanos, a Humans Rights First, criada em 1978.
"As sanções globais [da lei] Magnitsky têm o objetivo de responsabilizar autores de corrupção e de graves violações de direitos humanos, normalmente violentas."
"Fora desse tipo de contexto, sancionar um juiz por suas decisões judiciais provavelmente seria um uso grave e sem precedentes dessas sanções", disse ele à BBC News Brasil, antes da confirmação das sanções a Moraes nesta quarta-feira.
Esta é a quarta rodada de sanções impostas pelos EUA ao Brasil desde que o presidente americano Donald Trump subiu o tom contra o país, criticando o tratamento dado ao ex-presidente Bolsonaro no processo em que ele é acusado de tramar um golpe de Estado.
A primeira foi em 9 de julho, quando Trump anunciou as tarifas de 50%.
Em 15 de julho, o governo Trump anunciou investigação sobre o que chamou de práticas comerciais "desleais" do Brasil.
E, no dia 18, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, anunciou a revogação do visto americano do ministro Alexandre de Moraes, de seus familiares e "aliados".
Além da inclusão de Moraes entre os sancionados pela Lei Global Magnitsky, o Brasil pode ser alvo de novas sanções nos próximos dias, segundo senadores brasileiros que viajaram aos EUA.
Em coletiva nesta quarta-feira, os senadores que estão nos Estados Unidos para negociar o tarifaço imposto por Trump alertaram que o Congresso americano articula uma lei que prevê sanções a países que mantêm relações com a Rússia, e que o Brasil pode ser incluído na lista.
"Nós também estamos levando aqui um recado ao Brasil: há outra crise pior que pode atingir o Brasil nos próximos 90 dias. Eles irão criar sanções automáticas para todos os países que negociam com a Rússia", disse o senador Carlos Viana (Podemos-MG), segundo a CNN Brasil.
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Reações

Poucos minutos após se tornar pública a nova sanção contra Moraes através da Lei Global Magnitsky, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) publicou um vídeo nas redes sociais agradecendo ao governo americano pela medida.
"Eu queria aqui agradecer ao presidente Trump, ao secretário de Estado Marco Rubio e a todas as autoridades do Executivo e do Legislativo que se envolveram diretamente nessa tomada de decisão, reconhecendo e tendo a sensibilidade de olhar para o Brasil e entender as diversas violações de direitos humanos em curso", disse Eduardo, no vídeo.
"Quando me exilei aqui nos Estados Unidos, eu deixei bem clara minha intenção de sancionar Alexandre de Moraes, porque entendia que no Brasil já não existiam mais meios de se lutar contra essa tirania", completou o filho de Jair Bolsonaro, dizendo ter hoje "a sensação de missão cumprida".
No Instagram, o ministro do STF Flavio Dino expressou sua solidariedade a Moraes.
"Minha solidariedade pessoal ao ministro Alexandre de Moraes. Ele está apenas fazendo o seu trabalho, de modo honesto e dedicado, conforme a Constituição do Brasil. E as suas decisões são julgadas e confirmadas pelo colegiado competente (Plenário ou 1ª Turma do STF)", escreveu Dino.
Em nota, o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, afirmou que a aplicação da Magnitsky contra Moraes foi "arbitrária e injustificável" e que qualquer tentativa de intimidação do Poder Judiciário brasileiro merece "forte repúdio".
"A existência de uma Justiça independente é pilar essencial de qualquer democracia e nós, brasileiros, jamais admitiremos sofrer assédio político contra quem aqui cumpre seu dever constitucional", afirmou Messias.
"Não nos curvaremos a pressões ilegítimas, que tentam macular a honra e diminuir a grandeza de nossa nação soberana."
Outros integrantes do governo brasileiro também falaram à BBC News Brasil sobre como interpretaram a aplicação da Lei Magnitsky sobre Moraes. O governo brasileiro deve se manifestar sobre a decisão em uma nota com "tom duro".
O dono da plataforma de compartilhamento de vídeos Rumble, Chris Pavlovski, agradeceu Trump e Rubio pelas sanções a Moraes. Em fevereiro, o ministro determinou o banimento da plataforma no escopo de investigações sobre o blogueiro de extrema-direita Allan dos Santos.
"Finalmente, temos um governo protegendo empresas americanas como a Rumble e a liberdade de expressão", escreveu Pavlovski no X.
"Dois anos atrás, nunca pensei que veríamos um dia como este, mas sou eternamente grato por estarmos aqui."
Parlamentares usaram as redes sociais para reagir à sanção contra Moraes.
Em um vídeo publicado no X, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder da bancada do PT na Câmara dos Deputados, classificou o episódio como "lamentável e vergonhoso".
"O ataque ao ministro não é um ataque pessoal. É um ataque a um país, é um ataque a nossa soberania, a nossa democracia e ao poder Judiciário independente."
Ao comentar a sanção, a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) criticou a publicação de Eduardo Bolsonaro.
"Que vergonha um deputado federal conspirar contra o Brasil e comemorar a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes. Não bastasse operar a sanção de 50% sobre os produtos brasileiros. Até onde vai a sanha pela impunidade de seu pai?", publicou.
A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que a sanção do governo Trump a Moraes é "um ato violento e arrogante".
"Mais um capítulo da traição da família Bolsonaro ao país. Nenhuma Nação pode se intrometer no Poder Judiciário de outra. Solidariedade ao ministro e ao STF. Repúdio total do governo Lula a mais esse absurdo."
Já os aliados de Jair Bolsonaro comemoraram a sanção.
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) afirmou que a aplicação da Lei Magnitsky representa "um marco na denúncia internacional contra abusos de autoridade no Brasil".
"É simbólico, e contundente, que uma das maiores democracias do mundo tenha reconhecido os sinais alarmantes de autoritarismo vindos de nossa própria Suprema Corte, especialmente de Moraes. Esse movimento não surgiu do nada."
A deputada federal Carol de Toni (PL-SC), líder da minoria na Câmara, comemorou a aplicação da "lei americana mais dura contra violadores de direitos humanos" ao ministro. "Essa é a resposta internacional aos abusos, à censura e à perseguição política que o Brasil vive", disse.
Na mesma linha, o senador Carlos Portinho (PL-RJ), líder do partido no Senado, afirmou que, com a decisão, "o Brasil passa a ser visto como é: uma ditadura de toga".
"O Ministro Alexandre de Moraes se junta a lista de ditadores mundiais exposto pelos EUA. Sim. Democracia aqui não é! Numa Democracia há separação e equilíbrio entre Poderes".
O que é a Lei Global Magnitsky
Aprovada durante o governo de Barack Obama, em 2012, a Lei Magnitsky foi criada para punir autoridades russas envolvidas na morte do advogado Sergei Magnitsky, que denunciou um esquema de corrupção estatal e morreu sob custódia em Moscou.
Inicialmente voltada para os responsáveis por sua morte, a lei teve seu alcance ampliado em 2016, após uma emenda que permitiu a inclusão de qualquer pessoa acusada de corrupção ou de violações de direitos humanos na lista de sanções.
Desde então, a lei passou a ter aplicação global.
Em 2017, pela primeira vez a lei foi aplicada fora do contexto russo, durante o primeiro governo de Donald Trump.
Na ocasião, três latino-americanos foram alvo de sanções por corrupção e violações de direitos humanos: Roberto José Rivas Reyes, então presidente do Conselho Supremo Eleitoral da Nicarágua; Julio Antonio Juárez Ramírez, deputado da Guatemala; e Ángel Rondón Rijo, empresário da República Dominicana.
As punições incluem o bloqueio de bens e contas no país, além da proibição de entrada em território americano. Não há necessidade de processo judicial — as medidas podem ser adotadas por ato administrativo, com base em relatórios de organizações internacionais, imprensa ou testemunhos.
Segundo o texto da própria lei, são consideradas violações graves atos como execuções extrajudiciais, tortura, desaparecimentos forçados e prisões arbitrárias sistemáticas.
Também podem ser sancionados agentes públicos que impeçam o trabalho de jornalistas, defensores de direitos humanos ou pessoas que denunciem casos de corrupção.
A Lei Magnitsky já foi usada contra membros do judiciário de países como Rússia e autoridades de Turquia e Hong Kong, em casos de perseguição a opositores, julgamentos fraudulentos ou repressão institucionalizada.
Ofensiva contra Moraes e o STF
A movimentação em torno da Lei Magnitsky representa um esforço para internacionalizar o embate político entre bolsonaristas e o judiciário brasileiro.
Sanções americanas a Moraes são uma das pautas mais defendidas por Eduardo Bolsonaro e outros militantes de direita radicados nos Estados Unidos.
Eles afirmam que Moraes e outros integrantes do STF estariam conduzindo uma perseguição judicial contra Bolsonaro e contra outros políticos e militantes de direita.
No pano de fundo, está também a tensão entre o Judiciário brasileiro e as plataformas digitais.
Moraes foi alvo de críticas do ex-senador Rubio após ordenar o bloqueio da rede social X no Brasil, em agosto de 2024. À época, Rubio classificou a medida como uma "manobra para minar liberdades básicas".
No início de maio, o governo americano enviou um representante do Departamento de Estado ao Brasil pela primeira vez — o chefe interino da coordenação de sanções internacionais, David Gamble.
Desde que a vinda da comitiva norte-americana foi confirmada, surgiram rumores de que um dos assuntos seriam sanções a membros do STF como Moraes — relator de diversos processos que tramitam contra Bolsonaro e seus apoiadores na Corte, como os relacionados aos atos de 8 de janeiro de 2023.
Na postagem em que anunciou a ida da equipe do Departamento de Estado ao Brasil, Eduardo Bolsonaro fez uma menção ao ministro.
"Quando eu disse que a batata do Alexandre de Moraes estava esquentando aqui nos Estados Unidos, pode ter certeza de que está esquentando de verdade. Se Deus quiser, os violadores sistemáticos de direitos humanos [...] vão ser punidos", disse o parlamentar licenciado.
Em fevereiro, Moraes foi processado pessoalmente pela empresa de mídia de Trump, a Trump Media & Technology Group (TMTG), em conjunto com a rede Rumble, que havia sido bloqueada no Brasil por ordem de Moraes.
A ação, movida na Flórida, questionou o poder do ministro para tomar decisões sobre conteúdos postados na Rumble e sobre a monetização destes conteúdos.
O processo foi iniciado horas depois de a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciar Jair Bolsonaro como suposto líder de uma organização criminosa que teria planejado a ruptura democrática do Brasil após as eleições de 2022.
Em outra frente, parlamentares republicanos lideram, na Câmara dos Representantes dos EUA (equivalente à Câmara dos Deputados, no Brasil) um projeto batizado de "No Censors on our Shores Act" ("Lei Sem Censores dentro de nossas Fronteiras", em tradução livre).
O projeto prevê a deportação ou a proibição de entrada em território americano de autoridades estrangeiras que tenham infringido a Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que trata da liberdade de expressão.
Moraes vai a jogo do Corinthians, sorri, acena e faz gesto obsceno em dia de sanção dos EUA
Ministro do STF, alvo da Lei Magnitsky, assistiu ao clássico entre Corinthians e Palmeiras pela oitavas de final da Copa do Brasil
Noite de quarta-feira (30/07) atípica na Neo Química Arena: poucas horas depois de ter sido oficialmente sancionado pelo governo dos Estados Unidos sob os termos da Lei Magnitsky – que impõe restrições financeiras e proíbe a entrada em solo norte-americano a autoridades acusadas de corrupção ou violações de direitos humanos –, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, foi visto assistindo ao clássico entre Corinthians e Palmeiras. Acompanhado da esposa, ele chegou sorridente, acenou para a torcida e, em determinado momento, dirigiu ao público um gesto obsceno, levantando o dedo médio.
Acompanhado pelo grito de “Vai, Corinthians!”, Moraes ocupou um camarote privilegiado e não enfrentou qualquer reação de hostilidade por parte dos presentes. Foi o suficiente, porém, para gerar controvérsia nas redes sociais e acender o debate político: seria esse um ato de provocação, uma demonstração de desprezo diante da sanção estrangeira, ou simplesmente uma expressão de frustração no calor da rivalidade esportiva?
Contexto da sanção
Na manhã de ontem, a Secretaria do Tesouro dos EUA anunciou a inclusão de Alexandre de Moraes entre os alvos da Lei Magnitsky, dispositivo criado para punir indivíduos envolvidos em corrupção ou graves violações de direitos humanos em qualquer parte do mundo. A partir de agora, todas as contas bancárias e ativos financeiros de Moraes em território norte-americano estão bloqueados, e seu visto para entrar nos EUA está cancelado. A medida atinge, ao todo, oito ministros do STF e também o procurador-geral da República, Paulo Gonet, cujos vistos já haviam sido suspensos na semana passada.
Até então, a lei havia sido aplicada apenas a integrantes de regimes autoritários, funcionários de grupos terroristas e pessoas vinculadas a crimes de lavagem de dinheiro ou assassinatos em série. Jamais, em nenhum país considerado democrático, uma autoridade de tão alto escalão havia sofrido sanção desse tipo. A decisão americana, segundo fontes do Tesouro, é resposta a processos instaurados contra manifestantes e prisões em manifestações políticas, considerados violações de liberdade de expressão e de direitos humanos.
Repercussão imediata
Nas primeiras horas após o anúncio, políticos de oposição celebraram a medida como um “sinal de alerta” ao Judiciário brasileiro. Partidos alinhados ao governo criticaram a interferência externa, afirmando que se trata de “ingerência na soberania nacional”. Em grupos de WhatsApp e Twitter, circularam memes comparando o gesto de Moraes no estádio a uma resposta simbólica aos norte-americanos: “Nem a Lei Magnitsky vai nos calar!”, exclamavam alguns postadores.
Juristas consultados pela imprensa destacaram a ineditismo da sanção: mesmo com restrições ao ativismo judicial, nunca se viu um ministro do Supremo nessa condição. Alguns defendem que a medida dos EUA pode esfriar acordos bilaterais e prejudicar a credibilidade do Brasil em fóruns internacionais, enquanto outros ponderam que o governo brasileiro precisa reforçar a independência institucional, garantindo que magistrados atuem dentro dos parâmetros constitucionais, sem excessos.
Gesto polêmico
O gesto obsceno de levantar o dedo médio em direção à torcida corintiana – ainda que direcionado a quem o provocava – ganhou repercussão imediata. Para muitos torcedores, tratou-se de um vacilo de um representante da mais alta corte do país, cuja conduta deveria se pautar pela sobriedade. Já entre simpatizantes de Moraes, o ato foi interpretado como uma reação espontânea, típica de quem vive a paixão pelo futebol. “Quem nunca?”, argumentam, lembrando que diversos jogadores e até figuras públicas costumam xingar rivais no calor do jogo.
O futebol como palco político
Não é novidade que estádios de futebol viram palcos de manifestações políticas. Bandeiras, faixas e cantos costumam veicular críticas ao governo, ao Congresso e ao próprio Judiciário. Mas, desta vez, o protagonista foi justamente um membro do STF, cuja presença em jogo de rivalidade histórica entre Corinthians e Palmeiras mistura paixão esportiva com tensão institucional.
Possíveis desdobramentos
A sanção americana não tem efeito direto sobre o mandato de Alexandre de Moraes, mas poderá impactar sua atuação em casos que envolvam investigações com ramificações internacionais. Além disso, o episódio coloca o Brasil em evidência global, levantando questionamentos sobre o respeito aos direitos civis e à independência dos poderes. Nas próximas semanas, espera-se que o STF se pronuncie oficialmente e que o Planalto avalie eventuais retaliações diplomáticas.
Reflexões finais
A noite de domingo transformou-se em espetáculo não apenas esportivo, mas político. Moraes, ao sorrir, acenar e, em seguida, dirigir o dedo médio em clima de provocação, encarnou a tensão entre o Judiciário brasileiro e governos estrangeiros. O episódio evidencia, mais uma vez, como o futebol, paixão nacional, pode se tornar palco de debates fundamentais sobre democracia, soberania e direitos humanos.
— E você, torcedor: o gesto de Alexandre de Moraes foi um impulso legítimo de emoção ou uma postura inapropriada para quem ocupa uma cadeira no Supremo? Deixe sua opinião nos comentários.
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